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No início do século XIX houve uma rápida distensão do colonialismo português no Brasil. Fugindo das tropas napoleônicas,
Dom João VI foi forçado a mudar sua corte de Lisboa para o Rio de Janeiro em 1808. Imediatamente após sua chegada,
por decreto real de 28.1.1808, ele abriu os portos brasileiros, antes inacessíveis ao tráfego mundial, a navios de nações amigas.
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O Brasil despertou de séculos de isolamento.
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Uma nova fase também começou na política populacional, na qual o afluxo de imigrantes de um Portugal pouco povoado foi
alimentado por colonos de outras nações européias. A composição étnica da população brasileira, estimada em cerca de 3,6
milhões de pessoas no início do século 19, incluindo apenas cerca de 840.000 brancos, foi nisso um fator importante.
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Em 25 de novembro de 1808, Dom João VI declarou sua intenção em receber imigrantes no Brasil, concedendo terras a
estrangeiros que já viviam no país. Ao mesmo tempo, esperava-se um forte estímulo à agricultura, por colonos independentes
e proprietários ativos na lavoura e pecuária.
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Outro fator importante da política de colonização brasileira foi certamente a intenção de afastar os índios para os
confins do país e abrir gradualmente a floresta virgem com colonos acostumados ao trabalho pesado de desmatamento
e agricultura.
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Em 1817, o casamento da arquiduquesa austríaca Leopoldina com Dom Pedro, príncipe herdeiro da Casa de Bragança, também
impulsionou o recrutamento de colonos alemães.
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O projeto de colonização no início do século XIX se beneficiou de numerosos motivos que levaram as pessoas a emigrar da
Europa Central naquela época: a queda dos preços de produtos agrícolas, más colheitas (p. ex. na Alemanha em 1816),
o anseio de possuir próprias terras, problemas decorrentes do sistema hereditário, a sede de aventura e a oposição ao
serviço militar obrigatório.
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A tabela seguinte mostra a distribuição por nacionalidades dos imigrantes no Brasil entre 1824 e 1900.
Anos | |
Alemães | |
Italianos | |
Portugueses | |
Espanhóis | |
Outros | |
Total |
1824-30 | |
5774 | |
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5774 |
1831-34 | |
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1835-40 | |
2992 | |
1711 | |
37738 | |
4191 | |
5242 | |
51874 |
1841-45 | |
5763 | |
3982 | |
70956 | |
7126 | |
4754 | |
92581 |
1846-51 | |
6099 | |
2015 | |
106116 | |
9948 | |
4599 | |
128777 |
1852-55 | |
3380 | |
2710 | |
69792 | |
7366 | |
8855 | |
92103 |
1856-80 | |
35644 | |
46934 | |
176104 | |
2736 | |
118917 | |
380335 |
1881-85 | |
9165 | |
51358 | |
41345 | |
10149 | |
5126 | |
117143 |
1886-90 | |
11058 | |
226245 | |
75195 | |
28661 | |
41584 | |
382743 |
1891-95 | |
9216 | |
378143 | |
132228 | |
95242 | |
52628 | |
667457 |
1896-00 | |
2179 | |
237355 | |
23897 | |
62740 | |
73562 | |
399733 |
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91270 | |
950453 | |
733371 | |
228159 | |
315267 | |
2318520 |
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A maioria dos colonos alemães que chegaram ao sul do Brasil consistia de trabalhadores pobres, a maioria deles distribuídos
entre os cinco estados brasileiros do sul, sendo o Rio Grande do Sul o grupo mais forte e Santa Catarina o segundo mais forte.
Seguiram-se provavelmente o Paraná em terceiro lugar, São Paulo em quarto e Espírito Santo em quinto.
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A primeira colonização bem-sucedida com alemães ocorreu em 1824 com a fundação da "Colônia Alemã de São Leopoldo". O quadro
mostra a chegada dos primeiros alemães em 25 de julho de 1824 no Rio dos Sinos (pintura de E. Zeuner, 1895-1967).
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O ano principal da imigração alemã foi 1891 com a chegada de 5.285 pessoas; o menor ano foi 1900, com 88 pessoas.
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A imigração alemã deixou uma marca indelével no Brasil, econômica, social e culturalmente. Também acelerou o desenvolvimento
demográfico e influenciou o processo de crescimento social, a educação e desenvolvimento do Brasil.
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Outro fator inestimável foi o fato de que a mão-de-obra do colonizador alemão livre provou ser mais produtiva e lucrativa
do que a mão-de-obra escrava.
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